domingo, 27 de março de 2011

2003 - a era Euroexport

Vivemos em 2011 um período bastante turbulento. A parceria entre o Juventus e o Grupo Planinvesti não vem dando os frutos esperados por ambas as partes.

O Moleque Travesso já tem um histórico com parcerias complicadas.

Nos primeiros anos do século XXI, a empresa de marketing esportivo Euroexport firmou um acordo com o clube grená e explorou (literalmente, nos dizeres de um boletim emitido ao final da gestão Armando Raucci da presidência do Juventus) a equipe profissional e as categorias de base. É que não havia contrato de compensação financeira com o clube, e jogadores importantes como os zagueiros Luisão e Alex, hoje da Seleção Brasileira, foram vendidos sem que o Juventus lucrasse com isso.

A polêmica parceria com a Euroexport teve um fim melancólico. O Juventus foi rebaixado para a série A2 em 2004. Na época, houve rumores de que o clube fecharia seu departamento de futebol profissional. Mas o Juventus se reorganizou, mandou a Euroexport embora e voltou à elite paulista, conquistando o título da A2, em 2005.

Mas estou me desviando do assunto.

Aqui quero falar daquela que é provavelmente a camisa mais horrorosa que o time profissional do Juventus já vestiu em 87 anos de existência (tem também aquela feiosa da era Pão de Açúcar, mas aquela era das categorias de base).





Esta camisa é de 2003, pertence ao xará Hamilton Pontes e possui detalhes horripilantes. Uma faixa branca nas laterais, o escudo no centro (diagramação odiada pelos torcedores, que preferem o distintivo no lado do coração) e a desnecessária inscrição do nome do clube na barriga, como se precisasse de apresentações.

UPDATE (16/07/2016): Este texto é antigo, de 5 anos atrás, e refiz meu juízo com relação a esta camisa. É bastante confortável, tem o tom correto de grená (algo que nem todas as marcas são capazes de acertar) e sua aparência no corpo é bem melhor do que esticada, como nas fotos. Não tinha essa camisa na época, hoje possuo 3 peças, e, nesse tempo de colecionismo aprendi muito sobre como os clubes acertam seus contratos de fornecimento e escolhem os desenhos dos uniformes. Retrato-me com a Koontz, pois hoje refiz meus conceitos e gosto mesmo - de verdade - das camisas que fabricaram para o Juventus.

Fala o dono da camisa:

A marca é Koontz, e representou o fim da era Euro Export. Nestes tempos nosso centroavante era Wellington Paulista.

Sou Hamilton Valvo C. Pontes, paulistano do bairro da Mooca, de origem imigrante e operária. A vida me levou para longe das Ruas Pedro de Lucena, João Caetano, Olímpio Portugal, Javari, dentre outras, mas não foi capaz de apagá-las de minha memória.

Grande abraço aos meus amigos em Santos - Gilmar, Ricardo "Jabuca", Rafael, Everton "Bauru" e PSF, o homem sem passado!


Ano: 2003
Fabricante: Koontz
Patrocínio: Euroexport

quarta-feira, 16 de março de 2011

As camisas do torcedor - Luis Cavalheiro

Mais um juventino que vem mostrar suas camisas Desta vez recebemos a contribuição valorosa de Luis Cavalheiro, que nos escreveu o seguinte:

Parabéns pelo site, ficou maravilhoso, tenho bastante coisa do JUVENTUS, quero compartilhar com este site para colaborar e crescer, como é gostoso torcer para o JUVENTUS.

Segue uma foto das camisas do C.A. JUVENTUS, sou torcedor do JUVENTUS:

* entrei na final do torneio inicio e pulei em cima do goleiro Barbito que defendeu o penalti contra o Santo André no pacaembu, JUVENTUS CAMPEÃO,
* viajei com a Ju-Jovem para Piracicaba, Jundiaí, Limeira, Sorocaba entre outros locais,
* estava em São Caetano, quando o Juventus caiu contra o São Paulo, gol do Grafite, mostrou na rede globo eu com a bandeira do Juventus.
* assisti jogo inesquecivel contra a Linense, JUVENTUS CAMPEÃO.
* fui a Mirassol, paulista de 2008, eu (criei a Torcida JU CAIPIRA) e + três amigos, Juventus perdeu.
Hoje moro em Parnapuã, região de Jales, assisto pela internet, e quando estou na capital, vou a Javari.

RUMO A 2ª DIVISÃO 2012.

Um abraço,

Luis Cavalheiro


E como é gostoso torcer para o Juventus! Realmente!

A seguir, aí estão as camisas que o Luis mostra para a gente.



É uma Adidas de 1986, aparentemente (as camisas Adidas dos anos 80 diferenciam-se pelos detalhes do logotipo do fabricante, à direita, e pela etiqueta na gola); uma ZonaLivre de 2005 (do título da A2); uma Finta com patrocínio das Tintas MC, de 1999, se não me engano; uma rara camisa Nike com patrocínio do Pão de Açúcar, provavelmente de 2006 e as camisas titular e reserva da Finta, de 2007.

Uma bela coleção!

segunda-feira, 14 de março de 2011

1997 - Paixão Nacional

Em 1997, o Juventus disputou o Campeonato Paulista com uma bela camisa que anunciava a companhia Antarctica, indústria de cervejas e refrigerantes que se localizava no bairro da Mooca.

Ouvi uma versão de que a marca foi estampada de graça pelo Moleque Travesso, como forma de tentar seduzir a empresa a investir dinheiro com patrocínio ao clube. No entanto, me parece um tanto estranho esse procedimento.

O mais provável é que tenha sido uma espécie de permuta, já que a Antarctica fizera uma série de benfeitorias no estádio da Rua Javari, sendo a mais vistosa delas um enorme totem com o logotipo da empresa e a indicação do estádio, que deixou a vista da Rua Javari muito semelhante à entrada de uma churrascaria de beira-de-estrada. Além desta placa gigante, o estádio fora completamente decorado por dentro com publicidade da cervejaria.

Se não foi permuta, nem graciosidade do Juventus, então foi um patrocínio normal, mesmo.

Durante a competição, porém, o patrocínio da Antarctica foi coberto por uma faixa branca com a inscrição "Juventus".



A camisa daquele Paulistão tem o escudo emborrachado e o tecido e o corte é muito semelhante ao da camisa do São Paulo da época, fabricada pela Adidas.

Nas costas, o ponto fraco é a horrorosa bola branca na qual o número era estampado. Influência, talvez, da Umbro, que tinha esse desenho naquele tempo. Por conta do corte raglan das mangas, o número era deslocado praticamente para a barra da camisa, e se o jogador a pusesse para dentro do calção, tornaria o número invisível.

A fabricante do uniforme era a confecção Única Forma, que estampava a marca UFSport.

sábado, 5 de março de 2011

camisa 50

Já nem me lembro qual foi a última competição na qual o Juventus usou numeração fixa. Deve ter sido num Paulistão da época do Farah, quando isso era obrigatório.

Atualmente, os jogadores usam de 1 a 18, sem frescuras.

A exceção fica por conta de hoje: para a celebração do 50º jogo do atleta Rogisvaldo João dos Santos, o Nem, este entrou em campo vestindo uma camisa com o número 50 nas costas para a partida contra o Paulínia, vencida pelo clube da Mooca por 2 a 1.



Segundo o historiador Fernando Galuppo, Nem estreou pelo Juventus em 5/12/2007 na partida Juventus 1 x 4 Marcilio Dias-SC, válido pela I Recopa Sul-Brasileira. E o 50º jogo, na verdade, foi o empate em 1 x 1 entre Juventus e Taboão, no dia 2/3/2011.

Durante o jogo contra o Paulínia, Nem usou a camisa 11. Ao final da peleja, voltou a exibir para a torcida a camisa de número 50.

A foto que ilustra o post é de autoria de Roberto Rocha.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Juventus de todos os tempos

No dia 30 de abril de 1985 o jornal A Gazeta Esportiva publicou o resultado de uma pesquisa com torcedores e jornalistas que escalaram a seleção de todos os tempos do Juventus.

Essa reportagem foi relembrada por Luciano Ubirajara Nassar durante os levantamentos para o livro Julinho Botelho, um Herói Brasileiro, lançado pela editora Expressão e Arte. É claro que Julinho, um dos maiores pontas da história do futebol brasileiro, está na lista.

Vamos à seleção de todos os tempos da Gazeta Esportiva. A lista, relembrando, é de 1985, portanto não concorreram craques da bola como Márcio Griggio, Fernando Diniz, Wellington Paulista, Johnson, Elias, Rogisvaldo etc. E, como não poderia deixar de ser quando se trata de Juventus, a lista possui aspectos curiosos.

O que estiver entre aspas é descrição feita por Luciano Ubirajara Nassar.

"No gol o arqueiro MIGUEL, ágil, determinado, alto, com perfeita colocação e reflexos apurados" - Miguel foi goleiro do Juventus no começo dos anos 70 e depois transferiu-se para a Portuguesa, onde foi campeão paulista em 1973, naquele título dividido com o Santos após Armando Marques se confundir na contagem dos pênaltis.

"Na lateral-direita, NÉLSON, jogador eficiente, competente, responsável e com espírito de liderança". O Nélson em questão é o Nelsinho Baptista, campeão da Taça de Prata em 1983.

"Como zagueiro, o poderoso DITÃO, com a sua garra e vontade de vencer". Esse não tem erro, é o famoso Ditão, que também marcou época no Corinthians.

"Na quarta zaga, o fino e elegante LEIZ. Sabia sair jogando com a bola dominada e de cabeça erguida, enxergando todo o jogo. Ótimo no cabeceio e na antecipação.". Leiz também fez parte do elenco campeão da Taça de Prata de 1983.

"Na lateral esquerda, o talentoso e perfeito marcador ALFREDO RAMOS". Ganhou o apelido de Polvo e atuou no São Paulo, Corinthians e Santos, defendendo a Seleção na Copa de 1954. O engraçado da história é que não achei nenhum dado sobre ele ter jogado no Juventus.

"No meio-de-campo, o incansável e inteligente LIMA. Que de tão craque e versátil, jogava em qualquer posição com a mesma facilidade e talento". É esse aquele Lima, o Curinga do Santos do Pelé.

"Na ponta-de-lança, o craque RENATO com a sua habilidade e técnica apurada". Trata-se de Renato Violani, que também foi ídolo na Portuguesa.

"Como meia ofensivo PINGA II, jogador talentoso, rápido e que sabia fazer gols". Este é Arnaldo Robles, que jogava junto do irmão Pinga.

"No comando de ataque, o craque LANZONINHO com a sua velocidade, técnica e valentia para se infiltrar com a bola dominada nas zagas adversárias (...) Rei da raça, lutava durante o jogo todo e concluía muito bem a gol". Lanzoninho também era ponta, mas neste time está jogando no ataque. Em 1957 marcou os dois gols do título pernambucano do Santa Cruz, o maior da história daquele clube e atingiu sua consagração.

"Na ponta-esquerda, ZIZA, com a sua habilidade,seus dribles curtos, sua velocidade e sua inteligência." Ziza é sobrinho do Pinga II, meia armador desta seleção.

"Na ponta-direita, o genial JULINHO, o hreói de um novo tempo. Foi um dos melhores jogadores do mundo, que se tem notícias. Em apenas seis meses, Julinho assinou seu nome nas páginas de ouro do Juventus." Julinho Botelho dispensa comentários. O maior jogador da história da Fiorentina começou sua carreira profissional no Juventus, de onde partiu para a glória.

O técnico eleito para dirigir esse time dos sonhos foi CANDINHO, que levou o Moleque Travesso ao título do Brasileiro de 83, o mais importante da história do clube até hoje.




A lista vista hoje, 25 anos depois, é um pouco estranha aos meus olhos juventinos. Apesar de recheada de atletas de inegável talento, não tem nomes de jogadores mais identificados com o clube como, por exemplo, os irmãos catanduvenses Brida e Brecha, Buzzone, Ataliba e Clóvis Nori. Para o gol, por motivos sentimentais de torcedor, a dúvida é entre Félix ou Mão de Onça.

Seria essa a hora de escalar outra seleção do Juventus de todos os tempos?