domingo, 20 de abril de 2014

Noventa anos


Noventa anos atrás, os funcionários do Cotonifício Rodolfo Crespi, uma gigantesca indústria têxtil sediada no bairo da Mooca, uniam esforços e, apoiados pelos patrões, fundiam os clubes de várzea que haviam criado, o Cavalheiro Crespi F.C. (inicialmente chamado La Greccia) e o Extra São Paulo F.C., para dar origem à nova agremiação recreativa e esportiva de São Paulo.

Era fundado o Cotonifício Rodolfo Crespi Futebol Clube, com as cores vermelha, branca e preta, cuja função seria defender o nome da empresa nos campos de várzea, contra times de outros bairros ou de outras fábricas. A camisa era branca e o seu brasão era em estilo inglês, com as letras CRC entrelaçadas. Fora do campo, Vicente Romano e Manoel Vieira de Souza administravam o clube.

Um ano depois, o clube ganhava seu estádio. O "Campinho", como era chamado, instalado em um terreno contíguo à fábrica, e anteriormente utilizado para debulhar algodão e, segundo outras fontes, como cocheira, foi cedido pelo próprio Conde Rodolfo Crespi. O estádio ficava na Alameda Javry, hoje denominada Rua Javari.

Ir ao "Campinho" torcer para o time do Cotonifício tornou-se rapidamente um grande divertimento para os funcionários da fábrica, seus familiares e os moradores da Mooca.

Em 1929, o Touro da Mooca foi campeão paulista da primeira divisão, ascendendo à divisão de elite. Agora enfrentando os times grandes, não poderia mais carregar o nome da fábrica. O Conde, que havia retornado da Itália, onde assistiu ao clássico entre Juventus e Torino, sugeriu a mudança do nome do clube para JUVENTUS, acompanhada da adoção do uniforme alvinegro.

Surgiu, então, um novo problema. Na divisão de elite, vários clubes já haviam adotado o preto e branco, como Corinthians, Santos e Ypiranga. As cores originais do clube, vermelho, preto e branco, também tinham sido escolhidas por várias agremiações, como São Paulo da Floresta e Internacional. Surgiu, então, a ideia de adotar uma cor diferente de todos os outros, novamente por iniciativa do Conde Rodolfo Crespi: o grená, a cor da Torino.

E foi assim que tudo começou.

Um comentário:

  1. Grená, granate, bordaux ou avinhada, cor do vinho, do sangue., graças a Baco.

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