quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Terceira camisa azul?

O Blog Moleque revelou que o Juventus e a Joma estão desenvolvendo uma camisa azul em homenagem à Mooca, que será utilizada como terceiro uniforme do time.

O Juventus nunca teve uma terceira camisa, ressalvada, talvez, a camisa zebrada utilizada no começo dos anos 80.

Mas quase teve, no ano passado, e também azul em alusão às cores e ao desenho da bandeira da Mooca. Eu tive uma participação direta nisso. Vou explicar.

Em 2011 a parceira do Juventus, a Planinvesti, me procurou para que eu emprestasse camisas antigas de minha coleção para expor na festa de lançamento da parceria e do novo uniforme.

O gerente de futebol, ex-jogador Paulo Sérgio, e o então diretor de marketing da empresa, conversaram comigo naquele evento, interessados em fazer uma terceira camisa para o Moleque Travesso, e pediram para que eu enviasse sugestões.

Paulo Sérgio queria porque queria que o uniforme fosse alvinegro e listrado, em referência à Juventus italiana. Contrariado, porque sei que a Velha Senhora nunca deu a mínima para o Moleque Travesso, fiz um desenho. Mas como eu preferia uma camisa grená com detalhes em verde, branco e vermelho, cores da Itália, fiz outra sugestão. E para fazer algo diferente, pensei numa camisa azul com uma cruz branca, imitando a bandeira da Mooca.

Enviei os desenhos a eles, estes que vocês veem abaixo.


Como era de se esperar, votaram pela camisa listrada em branco e preto. A azul e branca ficou como uma outra opção.

Mas aí veio a crise, o Juventus foi parar na zona de rebaixamento para a Série B do Paulista, depois se recuperou e quase se classificou, mas nessa hora tanto Paulo Sérgio quanto a equipe de marketing já eram história. No fim do ano, a própria parceira Planinvesti e a Deka, fornecedora do material esportivo, subiram no telhado. E nunca mais se falou em terceira camisa.

Até agora.

Fala-se em camisa azul. Eu, se fosse consultado de novo, sugeriria algo assim:


Imagino que boa parte da torcida não goste de algo que fuja ao nosso grená, como eu mesmo, sinceramente, não gostaria. Prefiro o tradicional.

sábado, 25 de agosto de 2012

O Dia em que virei Juventino - por Edmilson Oliveira

O primeiro jogo que fui do Juventus era em “casa”, no estádio do Pacaembu. Na época não torcia pelo Juventus, e era fanático pelo adversário, apesar de não ir muito a estádios – especialmente pela segurança.

Achei muito legal a torcida cantando “vamo vamo vamo vamo juve” ao ritmo de “funiculì, funiculà” e pensei – que legal! um dia vou querer ir no estádio desses caras. E demorei muito a ir, 2 anos depois. Juventus x Guarani. Fui com um amigo, que também não conhecia o caminho, o estádio, o bairro... achávamos tudo engraçado. “Os cannolis? Só chegam mais tarde!”. E a separação das torcidas, que era um tio, sentado, segurando uma faixa? Acabou o pastel. - Vai sair mais? - Não... acabou!


Depois, fui mais duas vezes, mas sempre levando algum amigo que queria ir. Até aquela quarta-feira... matei aula na faculdade pra ir assistir ao clássico Juvenal, na Barra Funda. Dessa vez fui sozinho: nem sabia onde era o estádio. Cheguei e fui pra trás do gol com a torcida,
porque nem sabia pra onde ir. Em geral não era ali que assistia os jogos, mas como era fora de casa...

E começou, e o Juventus fez 0 a 1, e o Nacional fez 1 a 1, 2 a 1, fizemos 2 a 2, 2 a 3, e o primeiro tempo terminou 3 a 3. No comecinho do segundo tempo, 4 a 3, e no final do jogo 4 a 4. Estava ótimo! Com um a menos... e aí veio a travessura: aos 46 do segundo tempo, gol!
Mas a bola entrou? O juiz apitou! Gol! 4 a 5, com 4 viradas. Não só foi o jogo mais legal que eu fui, mas a coisa mais legal que eu fiz. Depois desse me comprometi em ir a todos os jogos, e já fiz muita loucura pra ir. Depois de não muito tempo, as pessoas que sentam perto de onde eu sento começaram a conversar comigo, e ficamos amigos. Até guardam lugar pra mim! Não tem coisa melhor, nem lugar melhor para ir.

O meu time? Larguei há tempos, nunca mais quis vestir uma camisa ou ir a um jogo. Agora é Juventus!


Você pode participar da Seção O Dia Em Que Virei Juventino do nosso blog mandando sua história de como o Moleque Travesso começou a fazer parte de sua vida para o email hamilton@juventus.com.br. Já recebemos várias contribuições e todas elas serão postadas na ordem em que as recebemos. Escreva quanto e como quiser, mas participe!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

camisa de 1980

Estou recebendo muitas contribuições por email de fotos de camisas e depoimentos para "O Dia em que virei Juventino", mas esta é tão sensacional que tive que passá-la na frente.

Todos vocês já devem ter visto camisas do Juventus da Adidas com a tradicional gola em V, usada entre 1981 e 1990. Também devem ter visto a camisa com a gola redonda branca, usada em 1979.

Mas com a gola redonda grená é mais difícil. Bem mais.

Acontece que o Juventus praticamente não usou esta combinação enquanto vestiu Adidas. O único registro de tal uniforme que encontrei data de 1980, exatamente numa transição entre a gola branca e a adoção da gola em V, que é o modelo mais comum e característico do Moleque Travesso em toda sua história.




Sem contar a gola, as demais características da camisa são as mesmas dos modelos Adidas até 1985: números nas costas sem o logotipo da empresa, logotipo "Trefoil" pequeno na frente e sem o nome da fabricante por extenso e o escudo do clube bordado e costurado no pano.

Parabéns ao amigo Luciano Soares, de Londrina/PR, por guardar esta preciosidade!

ATUALIZAÇÃO:

E você, tem uma camisa do Juventus para mostrar pra gente?
Quer dividir conosco uma história, um acontecimento pessoal envolvendo o Moleque Travesso?
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Dia em que virei Juventino - por Douglas Rodrigues

Não faz muito tempo, aconteceu esse ano na Série A3. Sempre fui um grande simpatizante do Muleque Travesso desde quando comecei a gostar de futebol, em meados de 2006, sempre achei um time bem legal, acompanhava discretamente , via resultados mas nada de mais. Esse ano acompanhando a Série A3 com um colega, (ele é torcedor do Marília AC) estava assistindo o jogo da segunda fase no Estádio Bento de Abreu, que terminou 5 x 3 pro Juve, no começo estava torcendo para o Marília, mas no decorrer do jogo me peguei torcendo loucamente pelo time da Mooca!


Depois disso comecei a torcer ferrenhamente pro time, e estive presente no acesso do time contra o GEO, que foi um jogo de loucos. Não moro muito perto, pra dizer a verdade moro bem longe, (Capão Redondo, Zona Sul) ainda não fui na Javari, mas pretendo fazê-lo dia 26 contra o mesmo GEO , provar um cannoli do Sr. Antonio, e quem sabe ver uma grande vitória do Juve! Camisa do Moleque Travesso já está sendo planejada aqui, falta apenas terminar de juntar o dinheiro, mas daqui a uns 2 meses já estará em mãos!

Aproveitando a deixa para deixar um abraço para o pessoal da Web Rádio Mooca, Juve.com.br, Manto Juventino, para o Guizão que faz ótimo trabalho no Blog do Juva , enfim todos os sites/blogs que cobrem o Moleque Travesso! Grande abraço a todos e qualquer coisa só adicionar no Facebook, que a gente troca umas idéias melhor, grande abraço e tudo de bom aí!


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Camisa de 1983

E neste dia em que a Mooca completa 456 anos de vida, o Manto Juventino mostra uma raridade muito valiosa do nosso clube do bairro.

O amigo Jorge, do Rio de Janeiro, é flamenguista e coleciona camisas do time rubronegro, mas também tem um belo acervo de camisas de diversos times brasileiros da década de 1980.

Uma delas tem história. E muita!

É simplesmente uma camisa do Juventus do modelo de 1983, com o logotipo da Adidas representado apenas pelo Trefoil, sem a marca escrita por extenso abaixo dele.



A camisa tem o escudo costurado e bordado, como era comum na época. Somente a partir de 1985 o escudo passaria a ser pintado na camisa, como já explicamos neste Guia de camisas da Adidas.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Dia em que virei Juventino - por Roberto Rogério Rocha

Me considero um apaixonado pelo Juventus e pela mística que ele me proporciona. Sei que existem pessoas com melhores e maiores histórias da que eu irei relatar abaixo, mas o Juventus não é meu segundo time, isso eu já adianto.

Comecei a ver, sem entender é claro, futebol no fim da década de 70, época da ditadura no país, futebol era pura paixão e naquela época os times que representavam a massa (povão) eram Flamengo e Corinthians. Não tinha como não se comover com a fila de títulos do clube alvinegro, claro que foi um dos meus primeiros times, digo times porque adorava o Grêmio Portoalegrense de 1981.

Enfim, mesmo amando futebol e sendo filho de um conselheiro vitalicio do time de Pq. São Jorge, era proibido de ir aos estádio por ele próprio que nunca gostou do futebol. Era sócio do clube porque tinha ganho o título quitado após uma conquista na natação pelo alvinegro na década de 1960.

Para mim era uma frustração ver jogadores do calibre de Basilio, Palhinha e Sócrates batendo bola na fazendinha e não poder vê-los em campo, foi então através do já falecido pai de um amigo meu, Seo Geraldo Valenciano, que pude finalmente conhecer um estádio de futebol. Ele gostava de ir a Javari ver o Moleque Travesso em campo devido a proximidade , morávamos na Vila Matilde, e pelo fato dos jogos serem a tarde, iamos escondidos de meu pai, na companhia de meu amigo Sandro e de seu pai, Seo Geraldo.

Alíás, além da magia que sempre sentia ao entrar na Javari, vinha à mente as histórias que o Seo Geraldo contava, como num dia em que um bandeirinha insistia em marcar impedimentos nas jogador do Juventus, não pensou duas vezes e o agarrou pela camisa quando o dito cujo estava próximo ao alambrado. Verdade ou não fazia parte da mística da Javari. Meu primeiro ídolo foi o Gatãozinho, não ia a muitos jogos, mas os que pude ir foram memoráveis.

Gatãozinho

Infelizmente não fui muito assíduo devido aos estudos e pelo fato de começar a trabalhar cedo, em 1983. Depois disso ainda iria mudar para o ABC Paulista, um ano em Joinville, e voltando ao ABC em 2007, ano em que nasceria meu filho.

Depois de idas e vindas voltei a acompanhar melhor o time a partir de 2008 mas ainda hoje a falta de grana faz com que eu acabe por ver poucos jogos.

Não sou um grande Juventino, mas o time representa tudo o que eu espero de uma partida, a mística da Javari muda qualquer pessoa!

*depoimento de Roberto Rogério Rocha, torcedor do Juventus e amante do futebol do ABC, em especial do Palestra de São Bernardo do Campo - e que lamenta a situação difícil pela qual passa o alviverde.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O Dia em que virei Juventino - por Ricardo Pucci

foto: Carol Serodio / Revista do Tatuapé

Era uma quinta. 19/03/2003. Tinha apenas 11 quando meu pai me levou pela primeira vez à tal Rua Javari. Era novo ainda, ainda escrevia “Juventos” e nem sabia de muita coisa. O que era cannoli, o que viria a ser o pessoal que ficava na “Seção 2” do estádio, e muito menos no que iria acontecer em breve. Nós fomos apresentados assim, eu um suposto São Paulino sendo apresentado ao campo de futebol pela primeira vez. Sim, já tinha ido a fazendinha anos antes com a escola, mas não era nem de perto comparável com aquilo que via ali.

O Juventus jogava o Torneio da Morte, um campeonato á parte do Paulistão para ver quem ia cair. O jogo seria contra o Ituano, e era pro Juventus vencer ou vencer. Claro, acho que como muitos, iria ver meu primeiro jogo nas cobertas. Como disse, iria. Aquele dia choveu pra caramba antes do jogo e o Juventus não entrou em campo. Lembro bem que fiquei no lado direito, acho q na terceira ou quarta arquibancada de baixo para cima. Não tinham cadeiras ainda. Era concreto. Muros e o resto do estádio todo branco e o campo parecia ser muito mais perto do que hoje. Mas algo me chamou a atenção. O sentimento no meu peito ao entrar pelas catracas da Javari (sim, em 2003 tinha catracas) e o cheiro do estádio. Era algo estranho, algo que hoje não sinto mais, claro, de la pra cá foram quase 100 visitas ao estádio, isso só para ver jogos, sem contar outras idas.

Enfim, como dizia, iria ter jogo. Tive que voltar no dia seguinte, um 20/03/2003 (sou biruta pelo numero 23, não sei porque e essa é outra historia, mas tirem os zeros que vocês descobriram), um dia místico. Talvez a frustração do primeiro jogo não visto, apenas uma visita inútil e minha ânsia por esse primeiro jogo no estádio só aumentou o desejo, ou, apenas plantou a semente que se afloraria anos depois. A Javari estava lotada. O Juventus abriu os portões e com isso a Mooca desceu naquele dia e foram todos ao templo. Numa mística Sexta Feira 23. Não lembro claro, quem fez os gols, pois só sabia o nome do nosso goleiro (outra mística minha com goleiros Juventinos, no primeiro jogo que vi, apenas o nome do guarda-redes não saiu de mente), era Willians o nome do numero 1. O Juve ganhou de 2x1, com dois gols de faltas no gol da “Seção 2”. Um dia fodastico. O dia que o moleque conheceu seu melhor amigo. Só que eu nem sabia disso.

Só que essa não é nem de perto a história completa de tudo. Voltaria para aquele campo dia 19/07/2003, dia que conheci a homenagem ao goleiro adversário ao bater tido de meta, algo característico até hoje, 9 anos depois. Dia que vi meu primeiro jogo na Setor 2, que na época devia contar apenas com o Cabelo e mais alguns, e não era nem de longe o que é hoje. Juventus 3x1 (placar místico, puta merda, 3x1 é místico para mim) no XV de Piracicaba na Copa Estado de São Paulo (hoje a Copa Paulista). Esse foi minha ultima visita ao templo, coisa que demoraria a acontecer por um longo inverno.

Ai veio talvez à coisa mais cruel que para um menino de 12 anos poderia acontecer. Eu, um São Paulino, já definido e fanático, mesmo sendo pequeno sou colocado frente á frente com seu primeiro amor, e disposto a trair meu atual time na presença do mesmo. O famoso jogo do Grafite em 2004 em São Caetano do Sul (puta que lá merda, São Caetano, outra mística, devo ser filho do Toro e não sei, sou como ele com essas coisas de místicas). 14/03/2004 (ah, o mês de Março...) valia o rebaixamento do Juve. Mas, se o Juventus ganhasse rebaixava o Corinthians, e como fiquei na torcida do São Paulo (longe de minha gente) torci para o Juventus por dentro, como todos os São Paulino. Será que queria ver o rebaixamento do Corinthians ou realmente aquilo era o meu destino de torcer pelo Juventus. Enfim, eu não sei ao certo. Só que ganhamos (para mim na época São paulino, mas na verdade perdemos) 2x1 para o São Paulo. Juventus rebaixado. Puta merda. Sai do jogo e passei pela “gente” Juventina saindo triste de lá. Não entendi ao certo, só sei que estava magoado por dentro, por algum motivo inexplicável. Aquele dia soube que algo não estava normal no meu mundinho paralelo em que vivia até ali.

E o inverno passa. Levando-me ao dia 03/08/2008. Me animei após ver um jogo Sub-20 (a base Juventina, minha sina) semanas antes. Sim, minha volta seria na verdade 26/07/2008 num Juventus 3x2 Santos. Porem, tinha que voltar para ver um jogo do profissional. E assim se foi. Um domingo de manhã cinza. Copa Paulista. Era um Juventus x Santo André. A sensação daquele dia não foi a mesma de 2003, mas era algo diferente. Daquele dia em diante os Deuses do futebol junto ao Crespi e Clovis me cravaram no peito o desejo de ficar ali naquele lugar. Sem querer comecei a entender qual era na verdade o propósito de minha existência terrestre. Tinha as armas e tive que me virar para aprender a usa-las. Voltando ao jogo. Fui com um amigo, levado por ele ao jogo, sendo que não converso mais com ele hoje em dia e acho que ele também nunca mais voltou lá. Ficamos na coberta. Mas lá não legal. Ao segundo tempo fomos para o gol da Setor 2. Ainda não conhecia muita coisa, mas fiquei a vontade ali. O sentimento começava ali. Perdemos o jogo, 3x1. Normal. Mas a partir desse dia voltaria muito vezes ao nosso templo.

Em 2009 assisti apenas 6 jogos do Juve. Fazia curso sábado de tarde e não consegui matar sempre. Só ia em jogos de domingo e alguns de quarta feira. Ainda tinha dois times no peito, mas via que o lado Juventino pesava. Vai ver a abstinência fez eu esquecer o São Paulo e virar só Juventino. Foi logo após o Campeonato Nacional, que decidi me dedicar ao Juventus apenas. Bem torcedor modinha que só torcia nas boa. E era isso que eu era, um modinha, torci quando foi fácil, mas quando ficou foda eu mudei. E horas, mudei para ser Juventus. E se eu já pensei em voltar ao time do Morumbi e largar o Juve? Logico. Mas não consigo. Foi caminho sem volta. Aqui é meu mundo paralelo, onde tenho experiências que torcedor nenhum de time de mídia já teve.

Dizem que o Juventus é time de várzea. Pois bem, não deixa de ser. Pela proximidade que temos com jogadores, a amizade que se cria com eles, a ligação direta com os dirigentes, onde todos conhecem todos por nome, um time de bairro que tem sua gente com ele. Somos um time de vazea sim, mas o melhor de todos. Até porque vivemos no mundo profissional. Ser Juventino é diferente. É único e para poucos, ate porque assim é perfeito. Não queremos milhões de torcedores, não queremos títulos (mas se vier, agradecemos) e nem arenas modernas. E nem precisamos. Assim está bom. Ser Juventino é raro, até porque tudo que é raro é mais valioso do que tudo que é normal, comum ou igual. O Juventus é diferente de tudo, até porque não é você que escolhe seu time, foi o Juventus que escolheu você. O sentimento não se aflora em alguns, outros consegue dividir com outros amores. Normal. Tempos moderno é assim, infelizmente. Mas a gente continua aqui. Orgulhosos de ser o que somos. Até porque, somos raros e valiosos.

*Ricardo Russini Pucci escreve no blog Juventus Travesso e acompanha quase todos os jogos do Juventus, seja no profissional ou nas categorias de base.

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domingo, 12 de agosto de 2012

O dia em que virei juventino - participe!


Isso é um cannoli. Olha só que fila enorme para comprar, é maior que a da bilheteria! Aquela é a lojinha oficial, depois te levo na loja do Miojo também. Aquela é a estátua do Pelé, mas o pessoal gosta mesmo é da estátua do Clóvis. O Clóvis era chamado de "o professor", é um dos nossos maiores ídolos. Aquele é o Serjão, ele é o presidente da Ju-Jovem. Não, a Ju Jovem não é barra brava. É, o alambrado fica mesmo bem perto do campo. Os caras ouvem a gente gritando aqui e isso até muda o resultado do jogo. Aquele gandula é o Maradona. Presta atenção quando o goleiro deles for cobrar o tiro de meta. Olha lá uns caras xingando, eu conheço todos eles. O cara que tá brigando ali também é meu amigo. O vestiário fica embaixo da arquibancada. Esse prédio abandonado aí atrás era a creche dos funcionários da fábrica dos Crespi. Eles fabricavam tecidos e fundaram o clube. Depois eu te explico porque não é bom vir com camisa de outro time. O placar é de madeira, tá vendo? Já teve eletrônico mas a torcida nunca gostou dele e ele queimou quando um raio caiu durante uma tempestade. Aquele cara lá filma todos os gols e põe num blog. E aí, gostou do jogo? Vamos comer esfiha na Esfiharia Juventus? Sim, é muito boa. Ih, agora não dá mais para comprar cannoli, já acabaram e o Seu Antônio tá indo embora. Bora tomar uma lá no Cebola.

Geralmente é assim que a gente é apresentado para o Juventus e para a Rua Javari: com uma chuva de informações.

Chegamos meio sem saber direito o que é o time, como é esse estádio tão famoso e qual é a dessa torcida que canta sem parar para um clube pequeno, que não ganha muitos títulos nem aparece na mídia toda hora.

Isso pode acontecer quando crianças, quando adolescentes ou mesmo depois de adultos. Pais levam seus filhos. Amigos levam amigos. Avôs vão junto com os netos. Gente cruza a cidade atrás do time da Mooca.

Uns gostam, outros acham uma perda de tempo. Tem os que gostam muito e voltam mais vezes. E vão voltando, voltando... até que viram juventinos de vez, a menos que já tivessem virado juventinos logo de cara. Largam o outro clube para o qual torciam. Ou ficam com o coração dividido com a velha paixão de infância, o clube grande que tem os jogos transmitidos na TV.

É assim que funciona, na maioria das vezes.

E depois fazemos a mesma coisa, apresentamos o Juventus e a Javari para outras pessoas, que também pode ser que voltem mais vezes.

Com você aconteceu assim? Foi diferente?

Que tal contar para nós? Vamos dividir experiências sobre nosso debut como juventinos.

Este blog começará a publicar textos de torcedores contando sobre sua iniciação no Moleque Travesso, na nova coluna "O DIA EM QUE VIREI JUVENTINO".

Participe. Escreva para hamilton@juventus.com.br e conte sua história.