quarta-feira, 7 de março de 2012

Todos contra um


3 de março de 2012. Juventus 4 x 0 Taubaté.

Creio que tudo o que poderia ser dito ou escrito por esse jogo já foi. Mas ele não vai sair da memória dos juventinos tão cedo. Juventus e Taubaté fizeram no último sábado uma partida histórica, não apenas pelo placar elástico de 4 a 0 para os grenás ou pelo primeiro gol de Romerito com a camisa do time da Mooca, mas pela união das torcidas dos dois times que se juntaram para protestar contra o técnico Karmino Colombini.

Quem não acompanha o Juventus no dia-a-dia pouco entendeu. Então vamos explicar.



Karmino treinava até aquele dia a equipe alvi azul do Taubaté. Mas ano passado comandava o Juventus e deixou tristes recordações pela Javari. Contratado pela ex-parceira Planinvesti, Colombini fez a pré-temporada, indicou jogadores para a comissão técnica, mas, após três jogos, pediu as contas e rumou para o SC Barueri. Explicou depois que fez isso porque o Juventus não lhe dava garantias em caso de demissão e que não havia multa rescisória. Paulo Sérgio, então diretor de futebol, ficou furioso e atacou a conduta que chamou de antiética.

E enquanto o planejamento juventino ia pelo espaço, com o clube namorando por várias rodadas a zona de rebaixamento para a série B, algo inimaginável, Karmino também ia deixando péssima impressão no Barueri. Ele que tinha medo de demissão cá, acabou demitido lá.

E como boa mulher de malandro, o Juventus trouxe o treinador de volta. Karmino conseguiu colocar alguns destroços deixados pelo igualmente malfadado e de triste memória Ivo Secchi no lugar, mas não conseguiu classificar o clube para a segunda fase.

Ficou até o fim da Copa Paulista, mas as relações colombinas com a torcida nunca foram boas. Karmino insistia em soluções táticas questionáveis, como escalar o melhor atacante do plantel como lateral direito, além de ter em suas mãos um elenco com nítida instabilidade emocional e que não se identificava com o pessoal das arquibancadas.

Mal foi eliminado no torneio, o técnico se mandou para o Ypiranga de Erechim, disputar o Gauchão. Levou vários atletas. Meses depois, acumulando derrotas, foi demitido e levou os mesmos jogadores para o Taubaté, que estava em situação desesperadora, lutando para não cair. As seis derrotas e uma solitária vitória no comando do Burro da Central explicam a fúria de seus torcedores.

Então foi assim. A revolta por parte de um time que não quer cair, somada a um delicioso sentimento de vingança de outra parte de torcedores, fez surgir espontaneamente o protesto de duas torcidas, juntas, contra um só treinador. Cena rara de se ver, coisa que só acontece na Rua Javari.



Na transmissão do jogo pela Rede Vida, essas cenas não foram mostradas. Acharam ofensivo. Não importa.

Os juventinos saíram com a alma lavada.

Um comentário:

  1. inesquecível
    tomara que esta não seja nosso ultimo moneto de alegria nesta A3. temos que subir poooooooo

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